O consolo do silêncio
Abriu a porta lentamente e entrou em casa. Ele não parecia o mesmo que saíra tão alegre. Estava com um ar de desesperado, com cara de choro, olhos repletos d'água, o que me partiu o coração. Havia ido pegar um exame médico e a sua feição já me dizia a resposta por si só.
Sentou-se no sofá, sem dar uma palavra, parece que o silêncio da minha voz era mais sonoro do que não ouvir nada que saísse de sua boca. Seus lábios, selados, me permitiam imaginar coisas antes impensadas.
Sentei-me ao seu lado e senti a minha cabeça vindo em direção a seu colo. Parecia uma criança pedindo socorro à sua mãe. Naquele momento, eu deixava de ser sua esposa e utilizava meu instinto materno para ninar meu marido.
No consolo do silêncio, sentados no sofá da sala, percebemos que somos mais do que dois... Somos um só.
Mariana Licurgo.
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